Mudanças em Júpiter
Intensas correntes elétricas em Júpiter, geradas na sua camada de hidrogênio metálico, mudam a fisionomia do maior planeta do sistema
Júpiter, em 2010
Mudanças na atmosfera gasosa de Júpiter, o maior planeta do sistema solar e o quarto objeto mais brilhante no céu (depois do Sol, da Lua e de Vênus), surpreendeu cientistas e astrônomos amadores, ao se apresentar sem um dos cintos (faixas ou bandas) marrons que o circundam. Mas esta não é a primeira vez que ocorre o desaparecimento, também notado em 1973 e início dos anos 1990, o que gerou várias imagens diferentes.
Júpiter,em 2009
O astrônomo Glenn Orton, do Laboratório de Propulsão a Jato de Pasadena (Califórnia, EU), informou que essas faixas aparecem escuras simplesmente porque nuvens mais claras e altas não costumam ficar ali, ao contrário de outras regiões do planeta, e, portanto, são visíveis as nuvens escuras e mais baixas: "Você está olhando para diferentes camadas das estruturas de nuvens do planeta", afirma.
Segundo o cientista, o cinto escuro desaparece quando nuvens esbranquiçadas se formam naquela região e bloqueiam as mais escuras. Contudo, os cientistas ainda não entendem o que causa essa formação de nuvens no sul de Júpiter. Ela ocorre em um período generalizado e misterioso de mudanças no planeta, quando as cores de outras listras e pontos do planeta também mudam. "Tinha um monte de coisa acontecendo", quando ele orbitava mais próximo do Sol, disse o cientista.
Júpiter possui uma fonte interna de calor (não nuclear) e, em seu interior, a temperatura alcança os 30.000°C, fluindo continuamente para o exterior.
Em apenas nove horas e 50 minutos ele completa uma volta em torno de si mesmo e intensas correntes elétricas são geradas na camada de hidrogênio metálico. A eletricidade produz um poderoso campo magnético, 14 vezes mais intenso que o terrestre e que se estende para além de Saturno, mas é invertido em relação ao nosso. Lá, a agulha de uma bússola travaria rapidamente sem oscilações, e onde indicasse o Norte, na verdade, seria o Sul. Apesar dessa característica, Júpiter possui uma rotação diferenciada e os ventos ora vêm do leste, ora do oeste, entre outras direções alternativas, devido aos redemoinhos alimentados pelo gradiente térmico entre o equador e os pólos.
A ausência de atrito com uma superfície sólida permite que furacões como a Grande Mancha Vermelha, durem mais de três séculos. Ela é um redemoinho de alta pressão onde cabem duas Terras, elevando-se acima das nuvens ao redor. Porém, os ventos de direções contrárias que circulam acima e abaixo dificultam explicações satisfatórias para sua estabilidade.
Júpiter ficará mais perto da Terra em 24 de setembro própximo e ainda poderá ser visto sem as listras.
Conheça melhor o planeta Júpiter, na Wikipedia.
1 Comentário(s):
Em maio deste ano, registramos que Júpiter havia perdido uma de suas listras.
Agora, cerca de seis meses depois, a gigantesca faixa parece estar começando a reaparecer.
Esta é a terceira vez que se registra o desaparecimento da faixa de Júpiter. O fenômeno foi observado pela primeira vez em 1973 e repetiu-se em 1990.
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